Saturday, February 28, 2009
Ah o carnaval...
Bom, não o fez assim que aconteceu, não conseguiria fazê-lo agora.
O que ela lembra, porém, é que ao chegar mais perto daquela bateria de 300 componentes, sem ao menos vê-los, ao ouví-la, forte como os batimentos de seu coração, não pôde evitar as lágrimas invadindo seus olhos e um nó desconfortável na garganta que a impedia de falar.
Foi quando ela percebeu que isso tudo a emocionava, e muito.
E não importa o quão feliz tenha sido em outros lugares, o quão apaixonada era por outros horizontes, sabia que emoção como essa só sentiria ali: bem pertinho da bateria de uma escola de samba.
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Estamos de volta!
Tuesday, February 17, 2009
Selos (ISO's blogais?)
E posto aqui as regras de cada um e a minha lista de indicados. Para os dois selos será a mesma lista, já que esses que indico são mesmo meus atuais favoritos!


1. As palavras insolúveis de João Gilberto
2. Brilhante
3. Cartas Pueris
4. Cultura em Movimento
Friday, February 13, 2009
Tu tu tu tu tu . . .
Dizem que isso é significado de auto-afirmação.
Também há flores, sóis, nuvens e até arco-íris.
Um jardim completo e uma espera eterna.
Um quadrado, dividido em dois.
Que vira dois triângulos, pintados por dentro.
Uma conversa colorida em si.
Espiral, aspiral, aspirante a criador
O tédio do tédio em pleno papel de recados.
A excitação da conversa querida
Em mera caneta de hotel.
A verdade é que,
Descobertas ou não
Obra de arte ou borrão
Ninguém consegue ficar parado enquanto fala ao telefone.
PS: Preciso dizer que os comentários do post anterior fizeram do meu interior um lugar melhor, mais aceitável para se viver. Muito obrigada!
Tuesday, February 10, 2009
O natural de certas coisas
Hoje por um acaso me peguei lendo um texto de uma amiga, de mesma idade que a minha, que começava mais ou menos assim:
Pensar, Achar, Esperar – é o maior erro que cometemos.
Em um primeiro impulso, fiquei interessada no texto, mas ao notar que ele havia sido escrito há mais de dois anos atrás, não pude evitar instantâneamente a rejeição "O que nós sabíamos a dois anos atrás!?" pensei na mesma hora. Corri os olhos pelas palavras e cheguei a concluir "Traz aquela idéia clichê, de que não se pode pensar, ou esperar as coisas, temos que fazer, o quão típico!". E nisso a credibilidade com a qual comecei lendo o texto havia toda se esvaecido.
Isso me fez lembrar uma época em que eu era criança, apenas uma criança, que gostava de ler, de boa música, filmes e saber sobre as pessoas, o que estavam fazendo, do que gostavam, seus empregos e aspirações. Mas poucas foram as oportunidades que tive para decorrer tais assuntos com pessoas que se interessariam. Isso me fez lembrar de um tempo em que eu não era levada a sério. Justamente da mesma forma que não levei o texto da minha amiga à sério, pela idade sua idade ao escrevê-lo. Eu nunca fui levada a sério por ter sido uma criança. Por mais coisas interessantes e adultas que eu pensasse, nunca consegui um espaço com aqueles pelos quais me interessava conversar.
E nessa dança passei alguns anos conversando comigo mesma. As crianças da minha idade pouco me interessavam, e eu pouco interessava os mais velhos. Nisso restava eu me interessar por mim mesma, criar fantasias, sofrer angústias, viver meus livros e ir levando a minha vida de pequena adulta ou grande criança.
Inclusive hoje, uma de minhas maiores satisfações é poder ser mais notada, por qualquer idade que seja, ter com maior frequência a oportunidade de decorrer dos assuntos, estar bem comigo mesma, passar horas com pessoas da minha idade e achar assuntos diversos para os mais velhos e mais novos. Ainda tenho, porém, aquela leve curiosidade quanto a uma geração mais velha que eu. Não a de meus pais, nem a minha, aquela que separa a gente. São essas pessoas, as desconhecidas da faixa que, em plena consolidação de suas vidas, me chamam mais atenção quando saio. Me despertam a curiosidade. Algumas me dão credibilidade, outras não.
Ao ter tal pensamento sobre o texto de minha amiga, e após a nostálgica reflexão, confesso que me senti culpada e cheguei a isentar de culpa aqueles pelos quais sempre procurei espaço, em vão.
Mas o melhor de tudo é que há algum tempo isso deixou de ser problema. Creio eu.
Thursday, February 5, 2009
Ensaio Sobre a (Suj)eira
O Ensaio Sobre a Cegueira - Blidness (Brasil, Canadá e Japão - 2008)
O filme traz uma causa um tanto quanto fora de nossa realidade (porém não impossível) e gera uma consequência bastante associável com situações que vemos hoje em dia e com questões com as quais lidamos diariamente.
Elenco composto por atores renomados internacionalmente e de várias nacionalidade diferentes, em certa passagem até usa a cegueira e o preconceito racial de forma irônica. O filme como um todo é bastante pesado devido à cenas fortes, mas pior que isso, situações muito grotescas.
Assistindo ao filme eu não sabia se ficava aliviada por finalmente estar assistindo ou se me arrependia por ter entrado na sala de cinema. Em nenhum momento porém, fiquei entediada. O filme tem duração, digamos, perfeita. Seu impacto nas pessoas é visível, saímos da sala um tanto atordoados, angustiados, chocados, isso é visto no rosto dos espectadores. Mais que tudo, saímos encomodados.
Sua trilha sonora é básica, nada muito especial. A edição é bem feita e a direção de Fernando Meirelles é muito criativa como em certo momento em que a tela fica preta diante de nossos olhos, como se a epdemia atingisse a quem assiste. Bem como em uma ou duas passagens em que um desconhecido narra momentos de forma que acredito seja exatamente como no livro, dando a determinadas situações um ar muito mais romântico, passagens que chegam a ser quase prazerosas.
O filme que teve parte filmada em São Paulo, mostra um minhocão desconhecido pelos paulistanos, onde em plena luz do dia, está praticamento deserto, sem a mínima circulação de carros, também podemos ver a já conhecida ponte estaiada da cidade.
Alice Braga desenvolve um inglês com pouquíssimo sotaque, praticamente imperceptível. Mas bem como um outro filme dela ao qual assisti, tira a roupa e essa frequência em seu trabalho me encomoda um pouco.
Vendo o filme, fiquei com vontade de ler o livro até mesmo para entender melhor toda a situação e talvez procurar um pouco mais o romantismo. Dizem que o livro realmente é melhor (como na maioria das vezes) e menos brusco.
No mais, uma obra que nos faz refletir e de alguma forma muda a gente. Mas aconselho irem preparados, pois não será um programa divertido e tampouco relaxante.

A crítica ficou bastante dividida, caso se interessem, vale a pena procurar na internet, pois há críticas ótimas com opniões diversas. Inclusive curiosidades interessantes sobre a produção.