Sunday, February 13, 2011

Bom senso temperado a pitadas de loucura carioca trazem boa música aos paulistanos

POR LAURA SALERNO

"Reconheço o valor dos versos meus
E a sujera que habita a mente pura
A pureza que mora na mistura
E a discórdia que mora no consenso"
DEUS CONSERVE PRA SEMPRE MEU BOM SENSO TEMPERADO A PITADAS DE LOUCURA
EDU KRIEGER

---O SESC Ipiranga em São Paulo está com um belo projeto para as sextas e sábados do mês de fevereiro. Chamado “Ponte Aérea”, de 4 a 19 de fevereiro eles trazem “Novos Cariocas e Novos Paulistanos”, alguns representantes do novo cenário da boa MPB tanto em Sampa quanto no Rio. Ontem, sábado dia 12, foi a vez do carioca Edu Krieger se apresentar no aconchegante teatro do SESC localizado no bairro do Ipiranga, próximo ao parque de mesmo nome.
---Misturando músicas do seu mais recente cd “Correnteza” (2009) e do trabalho anterior “Edu Krieger” (2007), ambos pela gravadora Biscoito Fino, o cantor aproveitou a oportunidade do show em São Paulo para mostrar seu trabalho, optando por um repertório 100% autoral. No público havia admiradores do seu trabalho (alguém nas cadeiras cantou todas as músicas, com todas as letras de cor), parceiros musicais, bem como alguns curiosos que se interessaram em conhecer melhor o trabalho do rapaz que é tão pouco divulgado na capital paulistana.
---Conhecido principalmente pelas músicas “Maria do Socorro”, “Ciranda do Mundo” e “Novo Amor”, sucessos nas vozes de Maria Rita e Roberta Sá, além de um ótimo compositor, ele se revelou um grande instrumentista. Tocando um violão de 8 cordas, usava e abusava dos baixos, em solos e acordes de samba e algumas variações ora bossa, ora Chico, incluindo uma forte influência dos ritmos nordestinos, mostrando todo o seu talento e experiência – Edu foi baixista de nomes como Sivuca e Geraldo Azevedo.
---Acompanhado pelo acordeom de Marcelo Caldi (que faz parte do grupo LiberTango, que regravam Astor Piazzolla brilhantemente) e pela flauta e percussão de PC Castilho, o trio entrava em perfeita sintonia costurando musicalmente as letras paradoxais, inteligentes, engraçadas e criativas de Edu, representadas em sua voz firme e muito agradável. Nos arranjos todos tiveram momentos de improviso, bem como solos, presenteando o público com trechos instrumentais arrebatadores. Apesar do show pequeno e intimista, Edu Krieger estava por completo: compositor, cantor, instrumentista, parceiro, ídolo e um singelo contador de histórias revelando curiosidades de suas músicas, mostrando também seu lado fã, pai, amigo.
---Os únicos desencontros da noite foram: o fato dos CDs do artista estarem esgotados nas lojas, deixando parte do público só na vontade de adquirir o seu pedaço de Edu Krieger, e algumas cadeiras do teatro vazias que, pelo estilo e qualidade de sua música são justificáveis por um motivo: a pouca divulgação do seu trabalho em São Paulo, bem como a pouca divulgação da própria apresentação. Algum crítico alguma vez disse que Marcelo Camelo, enquanto compositor, seria o “Chico Buarque” dessa geração (com suas ressalvas, claro). Na minha modesta opinião, o Chico das décadas 00, 10... se chama Edu.

3 comments:

GABRIEL, gustavo said...

Ih, moça, essa sua propaganda deu certo.

Já vou procurar o homem pela net e ver do que ele é capaz.

Mas, se você diz que é bom, eu confio.

Nathi said...

Ah, Laurinha...é o tipo de coisa que você tem que me mandar uma msg pelo cel falando:

"I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L"

nem sabia disso, tô quase chorando!

:(

teoriasrabugentas said...

Não conheço esse Krieger...
O Chico eu conheço.

Vou procurar mais... Valeu!
Te mandei e-mail. Há um tempo já.
Nem sei quando. hehe
Espero que não tenha desviado.

Beijos!